sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Inclusão começa aqui!!!!

            As fotos abaixo são da Faculdade Metodista no Campus Vergueiro, se faz necessárias algumas modificações em nosso Campus para realmente incluir aqueles que tem algum tipo de deficiência.

Acervo pessoal Regiane Dourado
Deve ser colocado piso tátil e anel de textura no corrimão

Acervo pessoal Regiane Dourado
Placa em braile e anel de textura

Acervo pessoal Regiane Dourado
Entrada Principal do Campus
Deve ser instalado o piso tátil

Acervo pessoal Regiane Dourado
 Piso Tátil

Acervo pessoal Regiane Dourado
Piso Tátil

                                                     
Acervo pessoal Regiane Dourado
Piso e Mapa  Tátil

                                                         
Acervo pessoal Regiane Dourado
 Piso Tátil

Acervo pessoal Regiane Dourado
Placa em Braile

Acervo pessoal Regiane Dourado
Piso Tátil e Aviso Sonoro 

         Esses são alguns exemplos do que deve ser instalado em nossa Faculdade, sabemos que algumas coisas já tem sido feita para o recebimento e a inclusão dos alunos deficientes, como o material da Biblioteca, que são em aúdio, a disponibilização de professores de braile e libras para as aulas, mas há muito a ser feito e podemos e devemos fazer.
         Falamos tanto sobre a inclusão então precisamos ser exemplos, pois todos são iguais e devem ser tratados como iguais, os deficientes que tiverem acesso a Faculdade Metodista, tanto para o estudo quanto para o uso da Biblioteca, precisam realmente se sentir incluidos e circular com autonomia pela Faculdade.
         Fazendo a nossa parte podemos quem sabe mobilizar os outros, pois damos sempre um passo de cada vez e sei que se cada um fizer a sua parte já estamos caminhando para um lugar onde seja possível e acessível a todas e todos.
        Vamos, juntos podemos!!!!
        A inclusão começa por aqui..... 

         A inclusão é “perceber que todos somos diferentes e muito mais que respeito às diferenças é uma questão de cidadania, é buscar um mundo social inspirado na diversidade, porque o mundo é assim”.

Por Regiane Dourado e Fernanda Carolina

Fonte:Inclusão Social – Primeiros Passos - Nascimento, Márcia M. do e Raffa, Ivete, Ed. Giracor, 2009


A importância da HQ na Alfabetização







Comentário

       Produzimos cada uma de nós uma história em quadrinho como atividade na nossa faculdade a experiência foi muito boa e gratificante apesar da dificuldade de cada integrante aprendemos muito sobre ela, da sua importância e como podemos trabalhar com as crianças.
       Postamos a HQ da Regiane para mostrar nossa produção em sala de aula, descobrimos que podemos fazê-la através dos desenhos, de colagem e até em sites, pois na maioria das vezes quando se falar em história em quadrinhos “já dizemos não sei desenhar” e através da nossa produção tivemos a oportunidade de descobrir outras maneiras de se fazer HQ além do desenho, o importante é sabermos a linguagem dos quadrinhos que são diferenciadas e significativas.
      Como futuras professoras acreditamos que trabalhar a história em quadrinho com as crianças traga muitos benefícios, como auxiliar no hábito com a leitura, enriquecer os vocabulários e são úteis para exercício de compreensão das mensagens. Além de ser uma forma diferente e muito interessante para eles e para nós, trazendo muitas possibilidades de trabalho.
      Portanto você professor (a) ou futuro (a) professor (a) que não conhece ou nunca se interessou por quadrinhos busque conhecê-los e verá o quanto ele é uma importante ferramenta na educação das crianças e para aqueles que conhecem, mas nunca pensaram em usar faça-o, pois perceberá a maravilha que são os HQs e o como as crianças irão se interessar e envolver por tal atividade.

       Pais incentivem seus filhos a lerem histórias em quadrinhos e não somente elas, mas todo o tipo de leitura para que possam gostarem de ler e enriquecer seu vocabulário e imaginação cada vez mais.
Por Fernanda Carolina  e Regiane Dourado.

Educação não formal



Comentário


       A educação formal objetiva ensinar a criança de modo a conduzi-la até a conclusão do ciclo que é representada pela entrega do diploma na formatura. Na educação formal, somente o professor tem o papel de falar e ensinar a matéria.
       Na educação não-formal o ensino sai da estrutura física da escola e acompanha pessoalmente o aprendizado do cidadão, colocando-o diretamente em contato com o instrumento de aprendizado, como ensinar ciências numa horta, por exemplo.
       A educação informal ocorre no dia-a-dia, decorre dos relacionamentos do indivíduo, tais como os pais, amigos, colegas de trabalho.
       A sociedade atual é heterogênea e interligada na rede mundial de computadores, onde cada cabeça tem uma quantidade de informações oriundas da referida rede, o que contrapõe as inúmeras dúvidas na cabeça daqueles que ainda estão no processo de aprendizado.
      Cabe a educação dar oportunidade para o indivíduo interagir com aquele que detém o conhecimento, no caso o professor, a fim de alcançar o real aprendizado que se dá em sala de aula com o professor e com o próprio colega de sala. Não basta apenas o dinheiro para alcançar um nível de escolaridade. Os movimentos sociais são os grandes responsáveis pelas transformações da sociedade que serão posteriormente estudadas, daí a sua grande importância na educação não-formal. Os movimentos sociais abarcam as culturas populares promovendo-as, fazendo com que o aprendiz tenha contato com a arte da capoeira, a cultura do índio e outras.
       Ler é necessário para entender o mundo. A união de educadores e educandos levarão ao caminho da educação não-formal, trazendo a educação para fora da estrutura formal do ensino.

Por Regiane Dourado

Video: Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=2jraMoGgM0E acesso em 24/11/11

Indicação de livros



         O livro está organizado em cinco partes. A primeira traz artigos que abordam contextos da educação não-formal: sua origem, desenvolvimento e constituição; as relações com as famílias e com o sistema formal de educação. Por meio de uma narrativa imagética, são apresentados, nos traços de um chargista, os aspectos culturais e sociais que sustentam e formulam paradigmas de formas de olhar, sentir e entender o cotidiano.

        A segunda parte apresenta propostas e ações interventivas que têm servido de base para se pensarem formas de atuação e reflexão em diferentes contextos sociais e áreas de conhecimento, com diferentes públicos.

       A terceira parte envolve as experiências dos freqüentadores, em situação de rua ou em instituições caracterizadas como promotoras de educação não-formal. Nos artigos aparecem as representações que os sujeitos fazem de suas condições sociais de inserção, ou de exclusão/inclusão, e de suas realizações e expectativas quanto às propostas educativas de que participam ou participaram. Essa parte trata tanto de representações como de memórias de jovens.
      A quarta parte, em contraponto, apresenta as falas dos (as) educadores (as) sobre suas descobertas, tentativas, acertos, erros, encontros e desencontros com suas propostas, pensamentos, ações, concretizações, produções, envolvendo públicos infanto-juvenis.
      A quinta e última parte mostra experiências de educação não-formal em lugares diversos, envolvendo espaços diferenciados, instituições e a rua, abarcando trabalhos nas áreas de saúde, lazer, esporte, música, mídias, cultura, artes.
Sobre os organizadores do livro:

       Margareth Brandini Pak. Pedagoga e doutora em educação pela Faculdade de Educação da Unicamp, professora convidada do curso de pós-graduação de gerontologia da mesma universidade pesquisadora do Centro de Memória da Unicamp , Renata Sieiro Fernandes .Pedagoga, mestre e doutora pela Faculdade de Educação da Unicamp e pesquisadora do Centro de Memória da Unicamp.


         
       Esta obra esclarece conceitos, oferece noções/visões e problematiza ações e práticas com o intuito de impulsionar reflexões críticas e conscientes, condizentes com as perspectivas de inclusão social e política e de democratização dos saberes e da cultura. São, ao todo, 123 temas abordados com referencial acadêmico e descrição prática por quem pesquisa e desenvolve atividades de educação não-formal leitura obrigatória para todos os que trabalham com a educação, seja ela em espaços escolares ou paraescolares, a fim de que percebam as múltiplas possibilidades de interconexão, enriquecimento mútuo e de construção de novas práticas e políticas educacionais
Organizadores:

       Margareth Brandini Park, Renata Sieiro Fernandes, Amarildo Carnicel. Co-edição com o Centro de Memória da UNICAMP Apoio: Organização Internacional do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego.

Comentário
          A educação não-formal embora estabeleça uma estrutura e uma organização, diverge da educação formal no que respeita a não-fixação de tempos  e locais e  a flexibilidade na adaptação dos conteúdos de aprendizagem a cada grupo concreto.
         A estes aspectos incorpora um diferencial: a preocupação com a mudança ou transformação social por buscarem projetos de desenvolvimento. O foco de seu argumento são os movimentos sociais, as ações os movimentos sociais, as ações políticas militantes de grupos organizados.
         Ela tem sido um meio de incluir cidadãos que por algum motivo se sente excluídos, educação essa que se dá através dos esportes, das artes e outros.
         Indicamos a leitura desses livros para todo o educador que precisa e deve entender um pouco mais sobre a Educação não-formal, pois ela é presente e atuante em nossa sociedade, resgatando a cidadania de muitos brasileiros.
Por Regiane Dourado
Colaboração Fernanda Carolina e Karina Oliveira
Fonte:





A tinta vermelha: discurso de Slavoj Žižek aos manifestantes do movimento Occupy Wall Street





      Slavoj Žižek visitou a Liberty Plaza, em Nova Iorque, para falar ao acampamento de manifestantes do movimento Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street), que vem protestando contra a crise financeira e o poder econômico norte-americano desde o início de setembro deste ano.
***
       Não se apaixonem por si mesmos, nem pelo momento agradável que estamos tendo aqui. Carnavais custam muito pouco – o verdadeiro teste de seu valor é o que permanece no dia seguinte, ou a maneira como nossa vida normal e cotidiana será modificada. Apaixone-se pelo trabalho duro e paciente – somos o início, não o fim. Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.
       Então não culpe o povo e suas atitudes: o problema não é a corrupção ou a ganância, mas o sistema que nos incita a sermos corruptos. A solução não é o lema “Main Street, not Wall Street”, mas sim mudar o sistema em que a Main Street não funciona sem o Wall Street. Tenham cuidado não só com os inimigos, mas também com falsos amigos que fingem nos apoiar e já fazem de tudo para diluir nosso protesto. Da mesma maneira que compramos café sem cafeína, cerveja sem álcool e sorvete sem gordura, eles tentarão transformar isto aqui em um protesto moral inofensivo. Mas a razão de estarmos reunidos é o fato de já termos tido o bastante de um mundo onde reciclar latas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou comprar um cappuccino da Starbucks que tem 1% da renda revertida para problemas do Terceiro Mundo é o suficiente para nos fazer sentir bem. Depois de terceirizar o trabalho, depois de terceirizar a tortura, depois que as agências matrimoniais começaram a terceirizar até nossos encontros, é que percebemos que, há muito tempo, também permitimos que nossos engajamentos políticos sejam terceirizados – mas agora nós os queremos de volta.
       Dirão que somos “não americanos”. Mas quando fundamentalistas conservadores nos disserem que os Estados Unidos são uma nação cristã, lembrem-se do que é o Cristianismo: o Espírito Santo, a comunidade livre e igualitária de fiéis unidos pelo amor. Nós, aqui, somos o Espírito Santo, enquanto em Wall Street eles são pagãos que adoram falsos ídolos.
       Dirão que somos violentos, que nossa linguagem é violenta, referindo-se à ocupação e assim por diante. Sim, somos violentos, mas somente no mesmo sentido em que Mahatma Gandhi foi violento. Somos violentos porque queremos dar um basta no modo como as coisas andam – mas o que significa essa violência puramente simbólica quando comparada à violência necessária para sustentar o funcionamento constante do sistema capitalista global?
       Seremos chamados de perdedores – mas os verdadeiros perdedores não estariam lá em Wall Street, os que se safaram com a ajuda de centenas de bilhões do nosso dinheiro? Vocês são chamados de socialistas, mas nos Estados Unidos já existe o socialismo para os ricos. Eles dirão que vocês não respeitam a propriedade privada, mas as especulações de Wall Street que levaram à queda de 2008 foram mais responsáveis pela extinção de propriedades privadas obtidas a duras penas do que se estivéssemos destruindo-as agora, dia e noite – pense nas centenas de casas hipotecadas…
       Nós não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que merecidamente entrou em colapso em 1990 – e lembrem-se de que os comunistas que ainda detêm o poder atualmente governam o mais implacável dos capitalismos (na China). O sucesso do capitalismo chinês liderado pelo comunismo é um sinal abominável de que o casamento entre o capitalismo e a democracia está próximo do divórcio. Nós somos comunistas em um sentido apenas: nós nos importamos com os bens comuns – os da natureza, do conhecimento – que estão ameaçados pelo sistema.
       Eles dirão que vocês estão sonhando, mas os verdadeiros sonhadores são os que pensam que as coisas podem continuar sendo o que são por um tempo indefinido, assim como ocorre com as mudanças cosméticas. Nós não estamos sonhando; nós acordamos de um sonho que está se transformando em pesadelo. Não estamos destruindo nada; somos apenas testemunhas de como o sistema está gradualmente destruindo a si próprio. Todos nós conhecemos a cena clássica dos desenhos animados: o gato chega à beira do precipício e continua caminhando, ignorando o fato de que não há chão sob suas patas; ele só começa a cair quando olha para baixo e vê o abismo. O que estamos fazendo é simplesmente levar os que estão no poder a olhar para baixo…
       Então, a mudança é realmente possível? Hoje, o possível e o impossível são dispostos de maneira estranha. Nos domínios da liberdade pessoal e da tecnologia científica, o impossível está se tornando cada vez mais possível (ou pelo menos é o que nos dizem): “nada é impossível”, podemos ter sexo em suas mais perversas variações; arquivos inteiros de músicas, filmes e seriados de TV estão disponíveis para download; a viagem espacial está à venda para quem tiver dinheiro; podemos melhorar nossas habilidades físicas e psíquicas por meio de intervenções no genoma, e até mesmo realizar o sonho tecnognóstico de atingir a imortalidade transformando nossa identidade em um programa de computador. Por outro lado, no domínio das relações econômicas e sociais, somos bombardeados o tempo todo por um discurso do “você não pode” se envolver em atos políticos coletivos (que necessariamente terminam no terror totalitário), ou aderir ao antigo Estado de bem-estar social (ele nos transforma em não competitivos e leva à crise econômica), ou se isolar do mercado global etc. Quando medidas de austeridade são impostas, dizem-nos repetidas vezes que se trata apenas do que tem de ser feito. Quem sabe não chegou a hora de inverter as coordenadas do que é possível e impossível? Quem sabe não podemos ter mais solidariedade e assistência médica, já que não somos imortais?
        Em meados de abril de 2011, a mídia revelou que o governo chinês havia proibido a exibição, em cinemas e na TV, de filmes que falassem de viagens no tempo e histórias paralelas, argumentando que elas trazem frivolidade para questões históricas sérias – até mesmo a fuga fictícia para uma realidade alternativa é considerada perigosa demais. Nós, do mundo Ocidental liberal, não precisamos de uma proibição tão explícita: a ideologia exerce poder material suficiente para evitar que narrativas históricas alternativas sejam interpretadas com o mínimo de seriedade. Para nós é fácil imaginar o fim do mundo – vide os inúmeros filmes apocalípticos –, mas não o fim do capitalismo.
         Em uma velha piada da antiga República Democrática Alemã, um trabalhador alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que todas as suas correspondências serão lidas pelos censores, ele diz para os amigos: “Vamos combinar um código: se vocês receberem uma carta minha escrita com tinta azul, ela é verdadeira; se a tinta for vermelha, é falsa”. Depois de um mês, os amigos receberam a primeira carta, escrita em azul: “Tudo é uma maravilha por aqui: os estoques estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas prontas para um romance – a única coisa que não temos é tinta vermelha.” E essa situação, não é a mesma que vivemos até hoje? Temos toda a liberdade que desejamos – a única coisa que falta é a “tinta vermelha”: nós nos “sentimos livres” porque somos desprovidos da linguagem para articular nossa falta de liberdade. O que a falta de tinta vermelha significa é que, hoje, todos os principais termos que usamos para designar o conflito atual – “guerra ao terror”, “democracia e liberdade”, “direitos humanos” etc. etc. – são termos FALSOS que mistificam nossa percepção da situação em vez de permitir que pensemos nela. Você, que está aqui presente, está dando a todos nós tinta vermelha.

 
Comentário
       É engraçado como a mídia e o poder capitalista tenta transformar um protesto pacifico em pessoas violentas que só querem destruir o patrimônio público ou causar a desordem social, buscando abafar o real motivo de tal protesto para que as outras pessoas se mantenham alienadas deixando com que o sistema continue fazendo o que bem entender, trazendo cada vez mais pobreza, dividas, consumo e menos respeito a vida, a natureza, ao conhecimento e ao outro que neste sistema são totalmente desprezados.
        E como em todo protesto não é diferente tentam acabar com ele pela força e com violência para que eles não contagiem os outros e demonstrem sua opinião, pois todo movimento coletivo não é bem visto pelo capitalismo, temos que enxergarmos que o protesto é uma maneira de reivindicar nossos direitos, melhorias buscando chamar atenção para onde estamos caminhando com o capitalismo cada dia mais presente permitindo que poucos percebam sua perversidade e menos ainda se dispõem a protestar por seus direitos.
       Neste discurso acima podemos perceber que esse protesto não diz respeito apenas sobre a perversidade do capitalismo, de suas causas, de como as pessoas deixam as coisas irem rolando e não percebem que roubaram de nós até nossa capacidade de exigir nossos direitos ele vai além chamando nossa atenção para pensarmos no que queremos para substituir tal poder, questionando pelo que e para que.
        Ao ler cada linha deste discurso percebo que o poder não deseja pessoas que tenham a capacidade de ver o mundo criticamente, pois é muito perigoso e ameaçador para o sistema que nos diz que temos liberdade, mas afinal que liberdade é essa? Liberdade que nos aprisiona, que nos da falsa sensação de sermos livres e que na verdade não existe de fato.
       Leia com atenção este discurso e reflita como anda a sua volta, como pequenos grupos são abafados ou nunca divulgados, o que estamos fazendo deixando o barco rolar ou nós posicionamos contra, se queremos justiça, igualdade e uma verdadeira liberdade para que possamos escolher e transformar nossas vidas necessitamos pensar sobre a situação e tomar um posicionamento não permitindo que pense por nós.
       Acredito que podemos nadar contra maré conscientizando de todas as maneiras possíveis as pessoas assim como na fábula citada no discurso para que seja nos dado TINTA VERMELHA!
  Por Fernanda Carolina

  Colaboração Karina Oliveira e Regiane Dourado 

Fonte: 
http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/10/11/a-tinta-vermelha-discurso-de-slavoj-zizek-aos-manifestantes-do-movimento-occupy-wall-street/

Memorial da Inclusão




   O Memorial da Inclusão: os Caminhos da Pessoa com Deficiência foi inaugurado no dia 03 de dezembro e reúne em um só espaço fotografias, documentos, manuscritos, áudios, vídeos e referências aos principais personagens, às lutas e às várias iniciativas que viabilizaram conquistas e melhores oportunidades às pessoas com deficiências.
Ambientes da exposição
   Um dos destaques, a Sala Preparatória dos Sentidos, é um local escuro, com painéis de texturas diversas, alteração de temperatura e sensores sonoros e de odor. A ideia é a de que o visitante reflita sobre a importância dos sentidos como tato, visão e audição.
   Outra novidade viabilizada pelos cenógrafos foi a instalação de sound tubes, para pessoas com deficiência visual que não leem em braile. Ao se colocar sob estes equipamentos, que fazem a audiodescrição dos painéis, a pessoa poderá ouvir toda a história contada na obra. Ainda sob o sound tube, há uma bancada com o texto em braile.
   Além da Sala Preparatória dos Sentidos, a exposição tem 11 ambientes compostos por painéis com logotipia recortada e aplicada em alto relevo. Todas as informações são apresentadas em letras legíveis para baixa visão, em alturas acessíveis ao visitante em cadeira de rodas e textos em braile.  Neste espaço inicia-se também o piso tátil, presente em toda a exposição.
   "Movimento Social" inclui fotografias de 60 pessoas engajadas no movimento de luta pelos direitos da pessoa com deficiência.
   No ambiente "Direitos" o visitante conhecerá as conquistas legais nacionais. Destaque especial ao o ambiente "AIPD 1981", que traz fotografias, documentos internacionais, citações e reflexões originários de pessoas que participaram do movimento de criação do Ano Internacional da Pessoa com Deficiência, em 1981.
   O ambiente "Do Asilamento à Autonomia" trata da questão da inclusão da pessoa com deficiência intelectual na sociedade. O espaço "Sociedade e Suas Linguagens" aborda as mudanças na terminologia referente às pessoas com deficiência, desde os tempos antigos até a adotada nos dias de hoje, e chama a atenção para as barreiras atitudinais, que consistem no preconceito relacionado às pessoas com deficiência.
   "Os Sentidos na Comunicação" é voltado para as deficiências sensoriais, cujas expressões serão ressaltadas em salas com colorações diferenciadas, para ideia de introspecção e silêncio.
   "Esportes" conta com imagens que apresentam a história do esporte e suas diferentes modalidades, cujo conceito será o de ‘eliminar estigmas, derrubar preconceitos e quebrar recordes'. Monitores apresentam imagens referentes à prática esportiva.
   A exposição conta ainda com ambientes compostos por paredes, cabine acrílica, isolamento acústico e aparelhagem de som; projetor para a transmissão de filmes e fotos de movimentos sociais ocorridos no passado, além de entrevistas biográficas de personalidades de destaque e de pessoas anônimas, homenageadas pela exposição.

Comentário
   Este espaço traz uma valorização e respeito pelas pessoas com algum tipo de deficiência, nele podemos encontrar salas que são voltadas para vários tipos de deficiência, o objetivo do Memorial não é somente incluir os deficientes, mas incluir aqueles que não o são, para que eles possam entende melhor essas pessoas e assim ajudá-las, quando conviver com algumas delas.
    É importante ter esse espaço para os deficientes, mas é muito mais importante realmente incluir essas pessoas na sociedade, nos últimos anos temos presenciado e vivido o avanço que os deficientes de qualquer deficiência tem alcançado, hoje as empresas que os emprega tem incentivo fiscal, as escolas públicas devem recebê-los juntamente com os outros alunos sem deficiência, muito se tem avançado, porém ainda há muito a fazer por eles, como calçadas devidamente asfaltas, sinalização e outras coisas que eles precisam.
    Bom, vale à pena visitar o Museu e conhecer um pouco mais sobre as deficiências e os direitos que todos eles tem, pois são cidadãos e não podem viver a margem da sociedade, como cidadãos que são, precisam ser incluídos na sociedade.


Disponível em http://www.andef.org.br/noticias/noticias281.php acesso em 22/11/11
Visita:
Onde: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Portão 10 - Barra Funda - São Paulo - SP
Tel.: (11) 5212.3700
Quando: De segunda sexta-feira, as 10Hs as 17Hs
Para saber mais visite o site do Memorial:

Por Regiane Dourado

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entrevista com a professora Lucilene da EJA

Acervo pessoal Regiane Dourado

Quantos alunos têm na sala de aula?
  São 10 alunos ao total, sendo 03 mulheres e 07 homens.
  É uma ordem da Secretaria que não podemos passar de 10 alunos, esses alunos eu vou à busca deles para formamos a sala.
Você é a única professora da sala?
  Sou a única professora, por isso procuro não faltar, mas quando não tem jeito ligo para os alunos e aviso, mas é raríssimo eu faltar.
  Já aconteceu de eu vir e não ter aluno, então espero até as 19h39, no portão, se ninguém aparece vou embora.
Mas por qual motivo você os espera no portão?
   O local é perigoso e escuro, não gosto de entrar sozinha, então, espero algum aluno chegar, assim que o primeiro chega, entramos juntos, mas mesmo quando estamos na sala, mantenho o portão do corredor fechado, já sai às vezes e encontrei casais na quadra namorando e além do que tem o problema da escuridão, às vezes, eles não acendem a luz para podemos passar tranquilamente à noite.
Você tem alguma formação superior?
    Então, eu fiz um curso de 02 meses para poder dar aula na EJA, tenho vontade de fazer Pedagogia, mas fico pensando se realmente devo fazer.
O que te leva a pensar em não fazer pedagogia?
   Não sei, tenho vontade em trabalhar com os pequenos, não sei se ano que vem estarei aqui novamente trabalhando na EJA, às vezes me desanimo, recebo R$ 400,00 por mês, não tenho vínculo empregatício, esse valor que eu recebo vem da Secretaria da Educação e de empresas parceiras.
O que acontecerá com os alunos se você parar de dar aula?
   Bom, os alunos que quiserem dar continuidade aos estudos devem procurar uma outra sala para dar continuidade aos estudos, aqui no bairro, temos uma outra turma com a professora Rosimeire.
Qual o material didático que você utiliza com os alunos?
   A Secretaria da Educação do Município de Ribeirão Pires fornece o livro didático, do 1º ao 4º ciclo, mas o conteúdo é insuficiente para o ano todo, então eu elaboro o material que vou dar em sala de aula, pesquiso em revistas, jornais e na internet.

Acervo pessoal Regiane Dourado


    A professora nos mostrou um caderno de 2008, 2010 e 2011, nesses cadernos, ela elabora atividades que deverão ser usadas em sala de aula.
    Esse ano a Secretaria da Educação não enviou não enviou verba para compra de materiais, por isso a professora só tem usado o livro e caderno, giz de cera que a professora comprou e levou para a escola, ela nos informou que gosta muita de usar atividades paralelas, tirando xerox,  mas esse ano foi impossível fazer isso, por falta da verba.
Qual a metodologia de ensino usada em sala de aula?
   É muito complicado trabalhar com essa sala quando os 10 alunos estão presentes, pois cada um está em uma série, na mesma sala temos alunos da 1ª a 3ª série, o atendimento tem que ser individual, carteira por carteira.
   Quando nós não estamos aqui, a gente está em outro local, nós temos bastantes palestras também, esse ano tínhamos marcado com os Bombeiros, mas foi cancelado, talvez ainda esse ano seja possível  fazer.
  Esse ano o nosso tema foi “Meio Ambiente” então fizemos uma peça e apresentamos no teatro da cidade, nossa foi uma coisa muito linda.
Você faz avaliações com os alunos?
  Sim, mas como a frequência oscila muito, faço avaliações periódicas e corrijo na sala com eles mesmo, tudo o que eu preciso fazer com eles faço aqui na sala, procuro terminar o conteúdo no dia, pois nem sempre é garantido que o aluno virá no dia seguinte, se os alunos não conseguem terminar no dia a atividade, deixo para eles concluírem no dia seguinte.
 Qual o índice de frequência?
   A freqüência oscila muito, hoje, por exemplo, temos somente dois alunos presentes, por esse motivo fica difícil dar continuidade aos temas, o que dou hoje preciso encerrar hoje, a não ser como foi semestre passado que estudamos as cinco regiões do país, então, durante o mês todo trabalhamos esse tema.
Quais são as suas dificuldades como professora da EJA?
   Pouco alunos na sala, infelizmente, eu sei que aqui no nosso bairro tem 10.000 habitantes, outros alunos poderiam estar aqui, poderíamos formar mais salas, mas infelizmente falta divulgação, pois as pessoas do bairro nem sabe que aqui tem uma sala da EJA, a divulgação são os próprios alunos que fazem, deveria ser mais divulgada pois é um bem, a pessoa se torna mais cidadã.
  Há também o preconceito das pessoas, eles acham que vão vir aqui para sala de aula e vai ter lição de criançinha, temos o livro que são com temas para os adultos.
Quais são as dificuldades dos alunos?
   Quando estávamos em outro espaço tinha uma aluna com um filho de 03 anos ela sempre o trazia, pois não tinha com quem deixar e ainda bem que ele era quietinho.
   Eu perdi uma aluna esse ano, pois ela tem três filhos e não tem com quem deixar, outra parou os estudos porque ela precisa cuidar dos netos.
   Cansaço do serviço, às vezes algum aluno pede pra sair mais cedo e eu deixo.
Qual o horário das aulas? Por qual motivo não tem aula na sexta?
   De segunda a quinta-feira das 19hs as 21h30, nunca teve aula de sexta-feira e não sei dizer por qual motivo.
   Na sexta-feira temos reunião pedagógica, às vezes é muito “bla-bla”, mas outras vezes tem testemunhos de outros professores que estão fazendo coisas que estão dando certo.
Como são essas reuniões pedagógicas?
   Então, são quatro reuniões por mês, antigamente era muito proveitoso, agora o que mais tem é informação, “tal dia vai ter isto”, passeios, eles levam algumas atividades, pedem para os professores levarem algo que deu certo em sala de aula.
   Mas não tem um direcionamento, a única coisa que teve é que o tema da EJA esse ano era ‘meio ambiente’, não podíamos mudar, sair desse tema, então fizemos uma peça no teatro, onde todas as salas de EJA de Ribeirão Pires se reuniram no teatro da cidade e apresentaram.


Acervo Pessoal Regiane Dourado

Acervo Pessoal Regiane Dourado



Acervo pessoal Regiane Dourado
 

Comentário
      A sala da EJA está localizada dentro da creche do bairro, a sala é usada durante o dia com a turma do 2º ano do Ensino Fundamental, portanto, as cadeiras e carteiras, são baixas, pois são para as crianças, a sala está repleta de desenhos com números e letras do alfabeto, a decoração da sala também é para as crianças, na sala tem um armário para que possam guardar os materiais da EJA.
      Ao sairmos, no final da aula, foi possível observar que nos corredores não tem luz, os alunos e a professora saíram no escuro, observamos também a existência de vários sapos aos arredores e nos foi relatado que muitas vezes ao saírem encontram vários casais nas dependências da escola namorando, por esse motivo, a professora quando chega para a aula só entra nas dependências da escola se estiver acompanhada com os alunos, não entra sozinha jamais, isso impossibilita da professora entrar com antecedência na sala e poder preparar algo para assim que os alunos chegaram já iniciar a aula e quando nenhum aluno vem naquele dia à professora nem entra na escola, da calçada mesmo ela volta para sua casa. 
      Ao mesmo tempo em que foi interessante estar na sala da EJA, ao ver alunos, mesmo que poucos, lutando e querendo aprender, ler, escrever, interpretar, foi triste detectar a situação que se encontra a EJA, em especial na cidade de Ribeirão Pires, talvez seja um reflexo do que acontece no nosso país, as poucas políticas públicas que existem para a EJA ainda não estão sendo colocada em prática com eficiência, há muito a fazer por esses alunos, tanto na capacitação dos professores, quanto em uma sala adequada, é necessário investimento, pois esses alunos que já foram excluídos do estudo quando pequenos, não podem ser novamente marginalizados pelo governo, impedindo, mesmo que de forma indireta, a permanência e a presença desses alunos em sala de aula, é necessário mais, salas adequadas, verbas, pois a professora nos relatou que esse ano a Prefeitura da cidade só mandou os livros didáticos, mas não mandou verba para a compra de materiais, então, sua aula está limitada ao livro, o giz para a lousa ele teve que comprar com seus próprios recursos.


Por Regiane Dourado
Com a colaboração de Fernanda Carolina e Karina Oliveira

Resenha do livro “O Espaço Geográfico – Ensino e Representação”

                             Imagem disponível em http://www.sebodomessias.com.br/loja/imagens/produtos/produtos/310210_707.jpg acesso 21/11/11



       O livro aborda a questão da importância do aluno aprender geografia e participar da construção de mapas, pois através da compreensão dos mesmos, ele se torna um leitor de mapas e adquire uma nova organização estrutural de sua atividade prática e da concepção do espaço.
       Com a crescente necessidade de compreendermos os mapas e torná-los cada  vez mais fácil de serem interpretados, precisamos investir nos alunos dos anos iniciais, alfabetizando-os espacialmente, respeitando as limitações de cada aluno e trabalhando para que elas sejam superadas. Dessa forma para contribuir significativamente com o desenvolvimento da cidadania, a criança precisa perceber o espaço vivido, associando os conhecimentos teóricos com práticas alternativas como o ato do  brincar e do desenhar.
       A alfabetização faz parte da formação da personalidade da criança, e por sua vez não basta saber ler e escrever, é preciso levar a criança a aprender a interpretar o que está sendo lido e representado, pois só assim ela terá condições de participar da história da humanidade, da educação, da cultura e da sociedade como verdadeiros cidadãos, ampliando sua visão de mundo. Ao refletir sobre o processo de alfabetização geográfica, constata-se muitas dificuldades em relação a aprendizagem da criança, com isso torna-se necessário que o professor insira formas alternativas que proporcionam caminhos que possam sanar tais dificuldades do ensino aprendizagem nas séries iniciais da vida escolar.
      Para que esse ensino seja eficaz, o professor deve dominar completamente o conteúdo sobre alfabetização cartográfica (habilidades, noções, conhecimentos) e trabalhar fazendo adequação da linguagem cartográfica à realidade do aluno, ou ainda buscar à partir de outros recursos didáticos – pedagógicos aproximar o conteúdo de forma abstrata ao conteúdo concreto, para que possa ocorrer então, a aprendizagem.
      A leitura desse livro me abriu um leque para diversas maneiras que a geografia pode ser ensinada, pois a visão que eu tinha, era aquela que eu aprendi, a Geografia é uma matéria onde devo decorar localizações, regiões, estados e capitais, fazer escalas, enfim, uma decoração, que logo após a prova, esquecia, mas o livro é muito interessante, pois nos dá varias dicas de como tornar a Geografia real e interessante para o aluno, dando início ao aprendizado a partir do cotidiano da criança como seu corpo e seu bairro.
      Indico a leitura desse maravilhoso livro, não só para professores de Geografia do Fundamental II, mas para os professores do 2º ao 5º ano, que podem e devem trabalhar com as crianças a alfabetização geográfica, na última parte do livro as autoras nos dão várias idéias de propostas e atividades de geografia, vale a pena ler e conforme o seu contexto de sala de aula usá-las.
Boa leitura!!!
Por Regiane Dourado e Fernanda Carolina

Referência Bibliográfica
ALMEIDA, R. e PASSINI, E. Y. O Espaço Geográfico –Ensino e Representação. Editora Contexto, 2010.